Carta aberta para mães atípicas
Querida mãe atípica,
Hoje, me permita adentrar ao âmago de suas batalhas, aos cantos mais íntimos da sua jornada. Reconheço que seus dias podem ter sido forjados na complexidade das lutas incessantes, na escassez de uma rede de apoio e na solidão que, por vezes, parece não encontrar fim. Contudo, é imperativo que você mantenha a fé em algo grandioso que está por vir, mesmo que sua chegada seja marcada pela demora, pois todas as suas batalhas encontrarão sua recompensa.
Há instantes em que o mundo parece não decifrar sua trajetória, onde a vida alheia transparece ser uma suavidade que contrasta com os desafios que permeiam o seu caminho. Porém, não se permita esquecer do quão extraordinário é o ser humano que habita em você. Sua existência desenha diferenças significativas na vida de inúmeros indivíduos, e uma quantidade imensurável de almas se espelha na sua trajetória.
Sua determinação, esforço, resiliência e amor são faróis que iluminam a jornada de muitos. Não se esqueça, mesmo quando confrontada com inúmeras batalhas diárias, de que há milhares de pessoas que desejariam viver a vida que você conduz. Sua existência, em sua plenitude, é bela.
Querida, se estou aqui imersa na vastidão da pesquisa sobre autismo e qualidade de vida, é porque deposito minha fé em você. Anseio ardentemente em contribuir ainda mais. Por isso, incessantemente busco relatos e evidências científicas, almejando compartilhar o que há de mais inovador na ciência para auxiliá-la nessa jornada.
Permita-me ser ousada em sugerir algo: reserve alguns minutos do seu dia, deixe que as palavras fluam e escreva sobre os motivos que lhe trazem gratidão, assim como sobre as situações que a perturbam. Estou convicta de que encontrará, ao observar com cuidado, muito mais motivos para agradecer. E, através desse olhar, descobrirá a motivação necessária para promover mudanças nas situações que estão sob seu controle.
Recordar sempre: você não nasceu predestinada ao fracasso.
Busquemos soluções para as questões que residem sob nossa alçada, pois isso depende unicamente de nós mesmos.
Com carinho, respeito e uma gratidão imensa,
Monique Nogueira Cobra Duques